Com a colaboração do amigos, que nos enviam emails, aqui vai uma notícia de PORTUGAL MUITO POSITIVO !
No EXPRESSO,
6/8/2013
Henrique
Raposo
8:00 Terça
feira, 6 de agosto de 2013
Eu sei que dói, eu sei que custa ouvir , mas a verdade é que há boas notícias
em Portugal. O desemprego voltou a cair pelo segundo mês consecutivo. O índice
de produção industrial está a crescer. O índice de confiança dos consumidores
também está a subir e, em consequência, a sangria no comércio a retalho está a
estancar. Portugal foi o país da OCDE onde a produtividade mais subiu. O
consumo de combustíveis aumentou pela primeira vez em dois anos. As poupanças
dos portugueses continuam a aumentar e o vício do crédito continua a descer: o
endividamento das famílias portuguesas baixou 9 mil milhões desde 2011. E,
acima de tudo, o défice externo já foi destruído. Pela primeira vez desde pelo
menos 1995, atingimos um excedente comercial positivo devido à queda das
importações de bens de consumo e devido à explosão das exportações. O excedente
positivo deve ser de 4,5% do PIB no final deste ano e de 6,4% no próximo ano.
Repare-se que tivemos um défice externo médio de -8,3% do PIB entre 1999 e 2011
(a mãe de todos os males). O ajuste, portanto, está a ser notável. Entre 2011 e
2013, Portugal foi o terceiro país da Europa a ganhar quota no comércio
internacional. Depois de crescerem 4,7% este ano e 5,5% no próximo ano, as
exportações representarão 43% do PIB no final de 2014. Em 2009, representavam
apenas 28%. Já estamos salvos? Não. Mas é bom que se perceba que Portugal não
sairá da cepa torta enquanto não alcançar um equilíbrio sólido na balança de
pagamentos. Nós não temos dimensão para mantermos uma economia baseada no
consumo interno de importações alavancadas por crédito externo.
Mas isto são
apenas números e gráficos. É preciso dar gente e estórias a esta história. E a
principal estória é esta: nos primeiros seis meses do ano, foram criadas 20.051
empresas, mais do dobro das empresas que fecharam ou insolventes; há cinco anos
que não se criavam tantas empresas em Portugal. Além disso, os sectores
clássicos continuam a aguentar: em Vila Velha de Ródão, a AMS Goma-Campus gerou
130 empregos no sector do papel nos últimos anos e prepara-se para aumentar a
equipa; gozando da boa fama do peixe português, a Gelpeixe aumentou as suas
exportações em 400% nos últimos anos; a Bosch Portugal prepara-se para exportar
para África; o sector metalúrgico está em altíssimo nível e criou a Portugal
Steel para promover as exportações; a Amorim continua a transformar a cortiça
numa coisa sexy; a Corkway Store levou a cortiça para capas dos ipads (haverá
melhor capa para telemóveis e afins?); a Galp já produz biodiesel (50 empregos
directos) a partir de desperdícios animais e de óleos alimentares; as dormidas
em hotéis de cinco estrelas aumentaram 30%; os passageiros low cost para
Portugal aumentaram 448% desde 2004; Lisboa está sempre a vencer votações
internacionais de "melhor destino de férias"; os nossos hostels
dominam os "hoscars".
Estas
estórias são a carne daqueles números. E há mais: a quase falida Faurecia
(Palmela) conseguiu contrato com a Range Rover e contratou 100 novos
trabalhadores; em Famalicão, a Leica cresceu 30% e criou mais postos de
trabalho; a Jóia Calçado (Felgueiras) investiu 700 mil euros numa nova fábrica
(40 postos de trabalho) para alimentar marcas como a Kenzo e Armani; a Embraer
está a tentar trazer mais aviões para Évora, impulsionando assim o cluster
aeronáutico em Portugal, tal como a Auto-Europa impulsionou o cluster
automóvel. Neste momento, a Embraer já tem seis fornecedores portugueses
qualificados. Ainda neste sector, as OGMA garantiram contratos de manutenção de
aviões da força aérea francesa, da força aérea dos Camarões e da Virgin
Austrália. mas as boas notícias estão aí.
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